Proatividade afetiva: Investir a energia em detalhes cultiva relacionamentos saudáveis

13 / 09 / 2023
Saúde e Bem-estar, Sexualidade
Por Maria Fernanda de Amorim Fortuna

Quem nunca se encontrou em situações em que desejaria que seu parceiro ou parceira fizesse algo sem ter que pedir explicitamente, que adivinhasse nossos pensamentos? É como se houvesse um desejo tímido em nossos corações, esperando que o outro entenda e responda. No entanto, esse desejo muitas vezes permanece não expresso. Seja pela disposição em conversar, seja por timidez. E é aí que reside a complexidade.

Lembra-se daquela situação em que você esperava um gesto, uma ação que transcendesse as palavras? Essa é a essência da proatividade afetiva. É a habilidade de ler nossas emoções nas entrelinhas, de compreender além das palavras pronunciadas. Muitos de nós carregam sonhos sutis e desejos silenciosos, projetando expectativas veladas em nossos relacionamentos.

Assim como no exemplo que discutimos anteriormente sobre a diferença entre fazer o que precisa ser feito e fazer o que é desejado, a proatividade afetiva opera no segundo território. Quando crescemos, construímos uma visão subconsciente de como gostaríamos de ser amados e cuidados. No entanto, nem sempre essas visões encontram espaço para se manifestar na realidade, o que pode resultar em sentimentos de incompreensão e até ressentimento.

Mas como podemos alcançar esse equilíbrio emocional? A resposta está na capacidade de transcender o óbvio e valorizar a sutileza. É uma jornada interior que nos leva a perceber o que é significativo para nós e para nosso parceiro. Não se trata apenas de atos, mas de um diálogo com nossas percepções e sentimentos. 

Nosso psicológico desempenha um papel crucial nesse cenário. Nossas experiências passadas, nossa visão de amor e cuidado moldam nosso desejo por proatividade afetiva. Assim como uma semente que cresce gradativamente, nossa necessidade de atenção não manifestada também pode florescer gerando por vezes frutos indesejados. É fundamental desvendar essas complexidades para entender o que realmente precisamos e queremos.

Aqui reside a convergência com o exemplo anterior. Quando nos comunicamos com nosso parceiro sobre esses desejos sutis, estamos alinhando nossa proatividade afetiva com nossos objetivos. Assim como o casal que encontrou o equilíbrio entre as expectativas das flores no trabalho, a conversa é uma ponte para a compreensão mútua. Não é uma conversa de culpa, mas de compreensão compartilhada e acolhimento.

A proatividade afetiva é um ato de amor, uma manifestação de que estamos dispostos a ir além das fronteiras da solicitação, nos  convidando a olhar para além do imediato, a mergulhar nas profundezas dos nossos sentimentos mais íntimos. É uma jornada que nos desafia a sair da zona de conforto, a explorar terrenos desconhecidos e a abraçar a vulnerabilidade.

Quando agimos com proatividade, estamos nutrindo as raízes do amor e da conexão, construindo um terreno fértil onde nossos relacionamentos podem crescer e florescer. Portanto, que possamos abraçar essa jornada de coração aberto, enxergando a proatividade afetiva como uma oportunidade de nos aproximarmos ainda mais daqueles que amamos, assim como também de nós mesmas.

Em última análise, a proatividade afetiva nos lembra de que, mesmo nos pequenos gestos, podemos transmitir consideração, amor e desejo. É uma dança sutil da intuição, um reflexo de que estamos atentos às necessidades não ditas. É fundamental lembrar que a proatividade deve vir de um lugar genuíno e sem expectativas de retorno. É sobre o prazer de oferecer, sem a busca por retribuições. Portanto, querida leitora, enquanto exploramos essa jornada de proatividade afetiva, lembre-se de que a verdadeira mágica reside na conexão do coração para o coração.

Com amor,

Maria

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