Descobrindo o Poder dos Ciclos: Celebrando a Vida e o Autoconhecimento
Ontem foi meu aniversário e, como boa canceriana, a emoção tomou conta dessa coluna. Esta data é especialmente importante para mim pelo significado dos ciclos. A vida e a natureza me inspiram em muitos aspectos, e perceber como muitos eventos acontecem ciclicamente é um deles.
Parar e observar como as estações acontecem em sincronia é uma fonte inesgotável de reflexões. Perceber que somos seres dentro de um grande organismo que é a natureza me permite enxergar como esse fluxo vital acontece todo o tempo à nossa volta.
Essas percepções me auxiliam no processo de entender mais e melhor sobre mim mesma. Porque afinal de contas, se eu não me entender, como conseguirei estar ao lado de alguém que faça por mim o que eu ainda não consegui fazer?
Estamos habituadas a esperar companheiros especiais, que nos entendam, compreendam e, por que não, também concordem conosco. Não há nada de errado em buscar o melhor. Inclusive é isso que eu recomendo às minhas mentoreadas e seguidoras. Mas, nessa ânsia de buscar o que há de mais especial em alguém, muitas vezes pecamos num ponto crucial.
Maria, eu leio a coluna e já entendi que devo saber o que eu busco. Já pensei e já sei o que eu quero. Qual o problema, então? My lover, mais do que saber o que se quer, precisamos ter certeza de que já somos capazes de fazer por nós mesmas o que queremos que façam por nós.
E aqui começa a tocar I can buy myself flowers, da Miley Cyrus. Brincadeira! Eu não estou falando de ser capaz de realizar tudo sozinha. Esta provocação está mais associada à sua autopercepção. Explico: você acredita que um companheiro precisa ser paciente, respeitoso e compreensivo. Justo. Porém, na hora da tensão, você explode, diz mais do que gostaria, joga tudo pro ar e não consegue administrar seus próprios sentimentos.
Não estou dizendo que você precisa ser perfeita para encontrar alguém perfeito (até porque a perfeição não existe na vida real). Eu estou dizendo que antes de exigir determinadas características em alguém, precisamos observar nossa própria capacidade de gerenciar esses atributos em nós mesmas, entende?! É como aquele ditado sobre a grama do vizinho ser mais verde.
Antes de nos balizarmos em características e atributos alheios, cultivar qualidades o que apreciamos em nós é essencial. Afirmo isso com o fundamento de que se há algo que você admira como qualidade em terceiros, certamente isso também fará bem a você. Muitas vezes projetamos no mundo o que desejamos, e talvez por negligência ou desatenção deixamos de desenvolver isso em nós mesmas.
Aqui voltamos ao ponto inicial: falei do meu aniversário não (somente) para receber os parabéns, mas para dizer a vocês que, ao meu ver, essa data sempre é útil para fazer um apanhado do que foi o último ano. Acho especialmente conveniente usar ciclos para perceber eventos e contabilizar o seu desenvolvimento pessoal.
Usar datas em nosso benefício é um favor que a natureza nos oferece. Os antigos já o faziam através de rituais a partir das estações. Alguns deles, como o natal e a páscoa, seguem conosco até os dias atuais. A comemoração do nosso aniversário é um evento pessoal que pode e deve ser usado como ferramenta de aperfeiçoamento emocional.
Enxergar qual foi a trajetória que desenvolvemos em um determinado espaço de tempo, seja o de um ano, seja o de um relacionamento, como conversamos semana passada, seja o de um emprego ou uma faculdade: qualquer intervalo é válido quando olhamos no espelho com um olhar investigativo e acolhedor. Investigativo para compreender nossas motivações, e acolhedor para respeitar as escolhas que já foram tomadas e receber com carinho os resultados que vieram delas.
O novo ciclo que começa é meu, mas gostaria de convidar todas para celebrarem a própria vida, sua existência plena e feliz em maior grau. Faça seu ritual da forma que for mais confortável e útil. Mas lembre-se de que conhecer mais e melhor a si mesma é um presente que somente nós podemos nos oferecer.
Com amor,
Maria.
